...Uma setença.
Por quanto tempo esperei por esse dia ?
Por quanto tempo se passou desde que a aceitei em casa ?
Realmente, eu não me lembro destes detalhes. Não agora...não no dia de hoje.
Hoje, o dia que eu tanto esperei. Desde da primeiro vez em que ela veio nesta casa, que ela pisou nesta casa e se adentrou na minha vida, eu sabia que esse dia veria.
Tentava não pensar muito neste dia. Tentava ocupar minha mente com os afazeres da casa, com alguns dos meus hobbys, ler alguns livros ( e ler é algo que não pratico como se deve ) e o que mais que pude-sse eviatr de pensar no dia que viria. Confeso que estava, no fundo, tentando me enganar. Iguinorando o que estava por vir. Figindo que esse dia nunca viria. E que a nossa vida prossegueria sem alardes, sem surpresas. Em paz. Mas como esquecer ? Como iguinorar...que cada paso é uma setença ?
A cada passo...
...Mais perto deste dia.
A cada passo...
...Uma setença.
Este dia que aqui estou, seja bendito ou maldito ( depende do ponto de vista ) , me preparo para realizar aquilo que foi determinado desde o dia em que ela chegou. Um ritual (posso chamá-lo assim ?) que se dá início logo de manhã, depois do café. A primeira refeição do meu dia...neste dia...e aúltuima refeição dela...neste dia. Saio de casas e vou direto para o meu depósito de ferramentas, aonde guardo tudo o que necesito para o meu trabalho do dia-a-dia...inclusive o material necessário para este dia. E o que seria ? Nada demais. Uma simples ferramenta de trabalho conhecida como cutelo. Você sabe...um instrumento cortante, composto de uma lãmina e um cabo, usado (atenção neste detalhe) em matadouros e açougues. Um pequeno machado, por assim dizer.
Acho que neste momento todos já imaginaram no que eu trabalho e o que pretendo fazer.
No meu depósito há uma roda de afiar, e uso ela para deixar o cutelo o mais bem afiado possível. Para que seja rápido e indolor. Assim que está bom, eu a testo. Acabo me cortando, mas não limpo o sangue. Ele estará verdadeiramente suja agora. Eu saio do depósito a cada passo...
A cada passo...
...Uma setença.
Eu agora saio e vou ao encontro dela.
No primeiro momento que eu pisei no quintal aonde ela se encontra, seus olhos se fixaram nos meus e os meus se fixaram nos delas. No seus olhos eu vejo...confiança...apego pela vida...esperança quanto ao futuro...nada do que podia denunciar o que estava por vir. Nem o meu cutelo denunciava por isso. Ela me viu com eles centenas de vezes desde do dia em que ela veio a esta casa. E me viu usar ele centenas de vezes... Mais me aproximo, mais eu chego perto.
A cada passo...
...uma setença.
E o que será que ela vê nos meus olhos ? A mesma coisa não é, disso podem ter certeza. Será que vê receio ? Apreensão ? Ansiedade ? Desejo por sangue ? Sangue...o sangue dela... . Logo o sangue dela irá escorrer por esse chão sujo. Logo seu corpo iria tombar diante de mim. E logo seu coração irá parar. E será que ela não vê nada disso nos meus olhos ? A confiança que ela depositou em mim todos esses anos, confiança que agora irei trair da forma mais trágica, é assim tão forte a ponto de não fazer ela enxergar o óbvio ? Quem não enxergaria ? Eu enxergaria...eu acho...não tenho muita certeza disso. Você teria ? Mas o fato é que me aproximava cada vez mais.
A cada passo...
...Uma setença.
Algo me pertuba. Algo dentro de mim me pertuba. A medida que me aproximo, o receio dá lugar ansiedade, que dá lugar ao fascínio e que por sua vez dá lugar ao desejo. Começo a sentir prazer no que irei fazer ? É isso ? O fato mórbido que irei consumar daqui a pouco está me causando mais prazer do que náuseas ? Que tipo de monstro eu sou ? Mas...será que sentir prazer nisso me fará aos olhos de Deus e dos homens um mosntro ? Mas como algo que dá prazer pode ser errado e te fazer um monstro ? Acho que mais uma vez, depende do ponto de vista. Nesse caso é fácil saber o ponto de vista de Deus, mas dos homens... . Mas o fato é que me aproximava cada vez mais. O sofrimento de tantos dias de espera irá terminar hoje.
A cada passo...
...Uma setença.
Mais me aproximo. Mais e mais. E nehuma reação dela. Ela não foge, não me olha com receio...não há uma descofiança sequer da parte dela. E isso...e isso...me excita. Me assusto comigo mesmo ao saber que posso me excitar com o que vou fazer. Pelo simples fato dela não expresar nenhuma descofiança do que irei fazer e se comporta de maneira natural, me excita. Pois em um instante irei usar o cutelo... Cutelo ? Quem precisa de cutelo ? Por que eu preciso disso agora ? Não preciso disso. Jogo-o fora, pois eu tenho tudo o que preciso bem na minha frente. As minhas mãos...
A cada passo...
...Uma setença.
As minhas mãos. As mãos que Deus me deu, deu a todos nós. Elas podem causar tanto o bem quanto o mal. Podem tanto construir quanto destruir. E, principalmente, podem trazer tanto a vida...quanto a morte. Pois é fácil. Basta minhas mãos envolverem o seu pescoço. O apertarem...apertar mais, mais e mais...até que não entre mais nenhum ar. Até que toda sua vida escoa entre as minhas mãos e desapareça, sobrando apenas algo inerte. Uma sombra do que já foi...nas minhas mãos.
A cada passo...
...Uma setença.
Diante dela, nada pode me impedir. Na frente dela, não há ningué que pode me deter. Ela ainda não desconfia de nada, ela não teme nada. Ela não sabe o que virá agora. Pois diante dela, minas mãos se aproximam mais, mais, mais...até que escuto.
- Osmar !
- Sim, querida ?
- Quando é que você vai matar essa galinha ? Preciso dela para o almoço !!
quarta-feira, 18 de abril de 2007
segunda-feira, 16 de abril de 2007
Meus desenhos
Eis aqui uns desenhos que eu fiz e se quiserem algum podem pedir para mim. Aceito pedidos e encomendas de qualquer espécie, podem ver esses desenhos e muito mais no site do DeviantArt. Eu uso desenhos feitos e coloridos a mão, com outros feitos com photoshop e coreldraw.



Para movimentar esse BLOG
Para movimentar ese blog meu, que está mais parado que tartaruga manca na hora do rush (e eu nem sei o que isso siguinifica), eu também vou postar alguns contos meus aqui. Alguns terão tema a fantasia e outros não. Espero que apreciem.
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